Blog Link Cultural: Desmanche falido – VENDO PEÇAS E CARROS USADOS
Coluna Quincas, 08/04/2019
Publicado em: 08 abr de 2019
Modificado em: 24 abr de 2020
A pergunta inicial é bem direta, porém gostaria de fazer um convite ao sensível, à empatia e à alteridade:
- Por que os automóveis são tidos como membros de nossas famílias?
Infinitas respostas são possíveis. O uso médio da utilização dos automóveis (em deslocamento) durante o dia é de 15%. Ou seja em 85% de nossos dias o automóvel fica parado, encostado do lado do meio fio ocupando uma via e até mesmo tendo que pagar por esse estacionamento. (Além dos gastos do combustível, pedágios e impostos).
Quem nunca reparou a ida da Matriz até a Cidade Alta pela Avenida Sete? Onde um aglomerado de terrenos enxotandos de veículos novos e usados?
E por que as pessoas não se juntam para cobrar a Viação Cidade? Principalmente quando os horários são modificados sem consultar a população e, o que é ainda pior: sem avisar da troca de horários para usuários e usuárias.
Em uma dessas: Dona Maria ficou na parada do ônibus feito estátua durante uma hora de sol. Aposentada tinha que ir ao laboratório na parte da manhã pegar um exame para levá-lo na consulta de tarde. Mas o ônibus trocou de horário. Dona Maria perdeu o ônibus, a baldeação, o exame e a consulta. Mas isso, minha gente, não é problema nosso né? É problema de Dona Maria que não se organizou pra ter um automóvel! Será que nosso problema é a vergonha que temos em andar de ônibus, ou será cansaço de tanto (de tanto) que já fizemos esforços para nos manter ativos pela cidade, mesmo com a mobilidade restringida pelas Avenidas que nos batizam?
Sabia que a cidade de Araranguá possui uma Lei que dispõe sobre a Mobilidade Urbana - Lei Complementar 147/2012?
Inclusive prevê o VLT (bonde elétrico) para a cidade, com possibilidades de uma malha cicloviária significativa, interligando as zonas da cidade.
Termino, por hora, as provocações com uma questão fundamental, que tentei encontrar a resposta, mas me perdi entre os buracos do caminho.
Por que, na festa da padroeira é sorteado um automóvel?
Será que é medo de partilhar as vias públicas?
Sugiro então duas leituras, com informações sobre as possibilidades das cidades:
- MORTE E VIDA DE GRANDES CIDADES (Janes Jacobs)
- CIDADE PARA PESSOAS (Jan Gehl)
Dois livros para compreendermos as dinâmicas das cidades. O primeiro na visão de uma importante arquiteta e urbanista norte-americana e, o segundo de um arquiteto dinamarquês. Qualquer coisa me envie um e-mail que empresto ;)
Por cidades mais VIVAS!
Saúde Pública.
A pergunta inicial é bem direta, porém gostaria de fazer um convite ao sensível, à empatia e à alteridade:
– Por que os automóveis são tidos como membros de nossas famílias?
Infinitas respostas são possíveis. O uso médio da utilização dos automóveis (em deslocamento) durante o dia é de 15%. Ou seja em 85% de nossos dias o automóvel fica parado, encostado do lado do meio fio ocupando uma via e até mesmo tendo que pagar por esse estacionamento. (Além dos gastos do combustível, pedágios e impostos).
Quem nunca reparou a ida da Matriz até a Cidade Alta pela Avenida Sete? Onde um aglomerado de terrenos enxotandos de veículos novos e usados?
E por que as pessoas não se juntam para cobrar a Viação Cidade? Principalmente quando os horários são modificados sem consultar a população e, o que é ainda pior: sem avisar da troca de horários para usuários e usuárias.
Em uma dessas: Dona Maria ficou na parada do ônibus feito estátua durante uma hora de sol. Aposentada tinha que ir ao laboratório na parte da manhã pegar um exame para levá-lo na consulta de tarde. Mas o ônibus trocou de horário. Dona Maria perdeu o ônibus, a baldeação, o exame e a consulta. Mas isso, minha gente, não é problema nosso né? É problema de Dona Maria que não se organizou pra ter um automóvel! Será que nosso problema é a vergonha que temos em andar de ônibus, ou será cansaço de tanto (de tanto) que já fizemos esforços para nos manter ativos pela cidade, mesmo com a mobilidade restringida pelas Avenidas que nos batizam?
Sabia que a cidade de Araranguá possui uma Lei que dispõe sobre a Mobilidade Urbana – Lei Complementar 147/2012?
Inclusive prevê o VLT (bonde elétrico) para a cidade, com possibilidades de uma malha cicloviária significativa, interligando as zonas da cidade.
Termino, por hora, as provocações com uma questão fundamental, que tentei encontrar a resposta, mas me perdi entre os buracos do caminho.
Por que, na festa da padroeira é sorteado um automóvel?
Será que é medo de partilhar as vias públicas?
Sugiro então duas leituras, com informações sobre as possibilidades das cidades:
– MORTE E VIDA DE GRANDES CIDADES (Janes Jacobs)
– CIDADE PARA PESSOAS (Jan Gehl)
Dois livros para compreendermos as dinâmicas das cidades. O primeiro na visão de uma importante arquiteta e urbanista norte-americana e, o segundo de um arquiteto dinamarquês. Qualquer coisa me envie um e-mail que empresto 😉
Por cidades mais VIVAS!
Saúde Pública.